sexta-feira, 25 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
People, Places & Parties
Caros amigos,
Neste vídeo, o colombiano Oscar fala um pouco sobre a vida a bordo. Vocês vão ver também o que a gente faz em nossas horas livres. =)
Saudades.
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Hello my friends,
In this video, my colombian friend Oscar, speaks about his life on the ship. You will also see what we do here on our free time...
Kati
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
Meu paraíso é aqui
Megan's Bay - St. Thomas |
This is Bermuda! Foto: Katiane Rodrigues |
Bermuda - Foto: Katiane Rodrigues |
Bons dias!
Eu hoje estou em Portland, Maine, nos Estados Unidos. A cidade de Portland é belíssima e muito charmosa (em breve publico as fotos). Deixo aqui algumas fotos do Caribe.
Dockyard - Bermuda. Foto: Katiane Rodrigues |
Passeio turístico - foto: Katiane Rodrigues |
Elas fazem sucesso em Bermuda - Foto: Katiane Rodrigues |
Mirjana, da Servia, e yo! |
Meu paraíso é aqui, Bermuda - Foto: Katiane Rodrigues |
Estou aproveitando meu primeiro dia de folga. Oba! Agora só ganhamos um day off quando recebemos ao menos três comentários dos hóspedes. Eu recebi uns seis no cruzeiro passado (Bermudas). Mas o que me deixou mais feliz foi ter conhecido pessoas especiais como a Samantha, Melissa, Erika, Linda, Manda, Janet, Nicole... Espero revê-las em breve.
Estamos indo para o Canadá. A maior parte dos hóspedes deste cruzeiro é americana e tem mais de 50 anos. É um público muito sorridente e carismático. Todos têm muita história pra contar, e enquanto vou servindo os drinks ouço um pouco sobre suas vidas.
Conheci algumas pessoas do Reino Unido e fiquei impressionada com sua elegância. A maneira como falam, como se portam e o cuidado com que escolhem o que comer e vestir.
Saudades do Brasil! Queria muitíssimo abraçar minha família e meus amigos. Eu amo vocês!
P.S.: Eu ontem assisti ao filme Paris, do diretor Cédric Kiepsh, recomendo que vejam também. A fotografia é linda e Juliette Binoche está encantadora. A história é sobre a brevidade da vida. We are very lucky to be here!
Boas noites!
Um beijo, K.
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Dear friends,
Today I got a day off! Thanks to some guests that wrote good things about me on the comment card. On the last five days cruise to Bermuda I met some special people, such as Melissa, Samantha, Manda, Janet, Kathy... Hope to see them again.
Now we are going to Canada. Most of the guests are more than 50 years old. I'm having such a good time! They have so many stories to share...
Speaking of life stories, last night I saw the movie Paris, by Cédric Klapisch, and I recommend it. Beautiful photography.
Big kiss. Seize the day!
K.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Dedo duro
Bons dias!
Ao final de cada viagem, Jimmy, nosso diretor de cruzeiro, organiza uma lista com as melhores perguntas que os hospedes fizeram. Eis algumas delas:
1.) Este elevador nos leva para a frente do navio?
2.) Os tripulantes dormem no navio?
3.) Se o nosso nome nao esta marcado em nossas fotos, como saberemos que sao nossas?
Que resposta voces dariam para essas perguntas?
Saudades.
Um beijo e um cheiro do Caribe.
Boas noites!
K.
______
Hi there!
By the end of each cruise, Jimmy, our cruise director lists the best questions he received from the guests. Here are some of them:
1.) Does this elevator take us to the front of the ship?
2.) Does the crew sleep on the ship?
3.) If the photos are not marked, how do we know it's us?
Now, what would you answer?
Big kiss.
K.
Ao final de cada viagem, Jimmy, nosso diretor de cruzeiro, organiza uma lista com as melhores perguntas que os hospedes fizeram. Eis algumas delas:
1.) Este elevador nos leva para a frente do navio?
2.) Os tripulantes dormem no navio?
3.) Se o nosso nome nao esta marcado em nossas fotos, como saberemos que sao nossas?
Que resposta voces dariam para essas perguntas?
Saudades.
Um beijo e um cheiro do Caribe.
Boas noites!
K.
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Hi there!
By the end of each cruise, Jimmy, our cruise director lists the best questions he received from the guests. Here are some of them:
1.) Does this elevator take us to the front of the ship?
2.) Does the crew sleep on the ship?
3.) If the photos are not marked, how do we know it's us?
Now, what would you answer?
Big kiss.
K.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
News
Faz um mês que não consigo entrar aqui. Trabalhamos sete dias por semana, entre 12 e 14 horas diárias. A vida a bordo nos ensina a valorizar o tempo e aproveitá-lo melhor. Uma hora de descanso é algo precioso. Trinta minutos de caminhada na praia equivale a um fim de semana. Todos os dias são como segundas-feiras, com tudo o que as segundas têm de bom e ruim. Mas hoje é quinta-feira.
Aproximadamente mil pessoas de 61 nacionalidades trabalham aqui. O navio comporta cerca de 3 mil passageiros.
Há muito, muito, muito trabalho. Especialmente para aqueles que trabalham no restaurante. O salário dos waiters e assistant waiters é normalmente uma surpresa. Dependemos das gorjetas. É uma questão de sorte. Eu fique tão feliz quando recebi minha primeira gorjeta - US$ 1. Como não temos despesas a bordo, é possível economizar praticamente todo o salário. Muita gente está aqui apenas pelo dinheiro. Não posso reclamar do pagamento, mas penso que esta não pode ser a única razão para estar aqui.
O que chamamos de “folga” no Brasil, no navio chama-se day off. Quando alguém ganha um off, trabalha apenas no jantar, cerca de 6 horas. Temos apenas um day off por mês.
As cabines onde dormimos são bem pequenas e compartilhadas por duas pessoas. Com a falta de espaço eu percebi que é possível viver bem com pouca coisa.
A cozinha do restaurante (galley) é conhecida como jungle (selva) pelos funcionários, porque temos de correr muitíssimo (run like a chicken, como dizemos) para servir as pessoas. Os funcionários que conseguem servir rapidamente e ainda têm um tempinho para conversar com os guests são chamados de tigers. O barulho da galley é ensurdecedor: é como se uns 20 pratos caíssem no chão ao mesmo tempo.
Quando alguém faz algo de errado, é carinhosamente chamado de Babaloo. Quando estamos com pressa e não sabemos o nome de nossos colegas de trabalho, usamos Mamma ou Mammacita, para as mulheres, e Papa, para os homens.
Algumas pessoas ainda não se acostumaram com a vida no mar, estão contando os dias para voltar para casa. Eu adoro a vida a bordo. Gosto muito de conhecer gente nova todos os dias e aprender um pouquinho sobre outras culturas. É um grande prazer conversar com meus colegas de trabalho e com os passageiros. Bob, Donna, Richard, Suzanne, Diana...
Quem trabalha aqui tem de lidar com a saudade, as diferenças culturais e com um regime quase militar. Para algumas pessoas, isso é uma prisão. Mas uma hóspede, a simpática Suzanne que veio celebrar seus 50 anos, me disse que “isto é uma fantasia.” O Explorer é conhecido como o navio mais “friendly” (com os funcionários mais simpáticos) da Royal. Não é a toa que muitos passageiros estão aqui pela quarta ou quinta vez. Tratamos os passageiros como reis e rainhas e é por isso que ao final de cada cruzeiro todos me dizem: “ohhh, I had the time of my life (esta foi a viagem dos sonhos).
O que mais me surpreendeu até hoje foi saber que algumas pessoas trabalham aqui há mais de 5 anos e nunca – nunca – saíram do navio, segundo a gerente de Recursos Humanos. Nem mesmo para caminhar nas praias perto dos portos onde o navio atraca.
A maior parte dos funcionários é composta por homens. A grande maioria vem da India e das Filipinas. Muitos deles, estão aqui para dar uma vida confortável aos pais, esposa e filhos. Eles voltam para casa a cada seis ou sete meses e passam dois meses com a família.
Algumas pessoas encontram um amor ou um amigo para todas as horas aqui. Katerina, da Macedônia, e Sebastian, da Colômbia, se conheceram aqui há um ano e se casaram nesta semana na capela do navio. Aos poucos cada um vai construindo uma “família”. Apesar das diferenças culturais, somos todos iguais. Todos querem ser cuidados e compartilhar a vida com pessoas queridas. Todos os dias tem gente fazendo festa em suas cabines, com vinho, cerveja, salgados e até karaokê. Toda semana tem festa para o crew no backdeck. Hoje tem festa brasileira. Oba! Saudades do Brasil.
Beijo, K.
Hi there!
It’s been a long time I don’t write anything here. I had so many trainings on the first weeks. We work 12 to 14 hours a day on the ship (seven days a week). Once a month we have a day off, and this means we have the morning and the afternoon free. But we still have to work at night, around six hours. I’m learning how to value and manage my time better. One hour walking on the beach is like one weekend for me. My days look like Mondays. But today is Thursday.
There are about one thousand people from 61 nationalities working here. And this is what I love the most: dealing with people from other cultures. I’m learning how to appreciate our diferences.
The galley is known by the crew as The Jungle, because we have to run a lot and be smart to serve people. Those who perform well are called tigers. We have to be tigers to “survive.”
When somebody does something wrong, we say this person is a Babaloo. When we don’t know our co-worker's name, we call them Mama (women), and Papa (men).
Some people don’t like the life on board. For some, this is like a prison. For the guests, on the other hand, this is a fantasy. We treat them as princes and princesses. That’s why they tell me “I had the time of my life”on the ship. Even though I’m working, I can say I’m having the time of my life too. I love meeting new people everyday, talking to my co-workers and to the guests. Bob, Donna, Richard, Diana, James, Linda...
Most people who work here come from India and Philippines. They spend six or seven months apart from their families to provide them a better life.
What stroke my attention was to hear that some people who work here never, ever, get off the ship. They are here to work and make money.
Every week the crew have parties on a place we call the Back Deck. As time goes by, people end up building a small family on the ship. Tonight we have a Brazilian party. I need to get ready.
Regards, K.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Agradecimentos
Chegou o grande dia. Eu viajo hoje e embarco na próxima quinta-feira, dia 7 de julho. O destino é o que menos importa. Vale mesmo a viagem em si, suas etapas, desafios, desilusões e surpresas. Eu já nem sei bem quando essa viagem começou, nem sei quando vai terminar. Mas muita gente especial faz parte dessa aventura... Quero agradecer a todos que vibraram comigo e torceram por mim (meus pais e meus queridos amigos). Mutíssimo obrigada. Agradeço também pelos presentes e amuletos que recebi. Dedico esta música dos Beatles a vocês. É aquela que tocava em Anos Incríveis, na voz de Joe Cocker. Porque com uma "ajudinha"dos amigos, qualquer dificuldade fica mais "leve". Sentirei saudades, mas vocês vão estar comigo sempre.
Acompanhem o blog. O lado glamuroso de um cruzeiro todos já conhecem, mas vou falar sobre os bastidores dessas viagens e quero descobrir o que faz com que os passageiros saiam maravilhados.
Mais uma vez, obrigada pelo carinho. Fiquem com Deus, e por favor, me mandem notícias. Ah, eu já ia me esquecendo de dizer que vou para o Caribe. Um grande beijo. K
sexta-feira, 24 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Mensagem do Comandante
Finalmente, já passei por todas as etapas para começar a trabalhar no navio. Treinamentos, exames, entrevistas. Ansiedade. Agora só falta fazer as malas. Neste vídeo, Natália Campos, Junior Fachin e Danilo Seixas, futuros tripulantes, falam de suas motivações para ir trabalhar em um cruzeiro.
domingo, 19 de junho de 2011
Os bastidores da Guerra do Vietña - Behind the scenes of Vietnam War
Eu hoje conheci o senhor Suck-Hyeun Kim, de 70 anos, que me disse ter lutado na Guerra do Vietña (1959 e 1975). O senhor Kim é sul-coreano e vive no Brasil há 30 anos. Ele entrou para a Marinha da Coreia do Sul em 1960, um ano após ter se formado em Engenharia Agrônoma, e entre 1967 e 1968 ele participou de um dos combates mais sangrentos dos século XX. Até hoje tem "alguns" traumas.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Pequena Epopeia
Meu passaporte chegou do Consulado Americano.Ufa! Conseguir o visto de tripulante não foi uma tarefa fácil para mim.
No dia três de junho, me programei para ir ao Rio de Janeiro às 7h50, em um voo da Avianca. Meu horário no consulado era às 14h. Recomenda-se chegar com uma hora de antecendência. Cheguei ao Aeroporto de Guarulhos às 7h. O tempo estava fechado. O aeroporto também. Todos os voos programados para aquela manhã cinzenta estavam atrasados. Não havia muito o que fazer. Me sentei no chão - também não havia cadeiras disponíveis - para ler Crime e Castigo, escrito por Dostoiévski. Bem, não consegui me concentrar no livro, porque o rapaz que estava sentado na cadeira ao meu lado estava ansioso batendo o pé no chão. Toc toc toc. E aí eu percebi que estavam todos ansiosos e resolvi gravar O Diálogo dos Pés. Como é difícil esperar, especialmente quando se tem horário marcado em um consulado. Depois de uns quarenta minutos de espera, uma voz anunciou que o meu voo havia sido cancelado “por motivo de manutenção não programada”. Fui parar em Congonhas, e tive de embarcar no avião que partiria às 12h55. Às 13h15 a aeronave ainda estava no aeroporto. No consulado, me esperariam até as três da tarde. Isso graças à Tatiana, da Infinity Brazil, agência que faz o recrutamento de pessoas para trabalhar em cruzeiros (Obrigada pelo empenho, Tati!). O avião chegou ao Rio às 14h30.
Quando liberaram o desembarque, corri, literalmente, até o ponto de taxi. Cheguei ao prédio da Infinity no Rio às 14h50. Precisava pegar uma carta para entregar ao consulado. A agência estava fechada. Fechada! Fui para o consulado sem a carta. Cheguei lá pontualmente às 15h. Na entrada, uma placa advertia: É proibido entrar com o celular. Mal entrei e já tive que sair. Bem ao lado do prédio há uma barraca para guardar objetos. O senhor me cobrou R$ 4 para deixar o meu celular. Tentei entrar pela segunda vez no consulado e mais uma surpresa. Eles encontraram uma pinça em minha mochila e também me avisaram que minha máquina fotográfica, bem escondida na bolsa, não poderia entrar. A contragosto, voltei ao guarda-volumes para deixar minha máquina, a pinça e mais R$ 4. O pessoal do consulado foi muito gentil comigo, e as atendentes bem que tentaram, mas eu não consegui ser atendida naquele dia, por causa da bendita carta. Sem a carta da empresa (que eu pegaria na Infinity, que estava fechada, lembram-se?) eles não me entrevistariam. Eu implorei, quase chorei, expliquei que eu vinha de longe, mas não teve jeito.
Das 15h30 às 16h30, fiquei do lado de fora do consulado, em pé, aguardando a resposta de uma das atendentes, que estava tentando remarcar a minha entrevista para o dia seguinte. Depois de uma hora de espera, me disseram que sim, que eu poderia voltar no dia seguinte com a carta. Mas a moça me alertou “se você não chegar no horário e não trouxer a carta, vai ficar queimada”. Eu saí de lá transtornada. Muita coisa errada para um dia só. Não era possível, eu não estava acreditando. Sempre otimista, eu estava esperando por um milagre naquele dia. Algo extraordinário. Uma surpresa agradável. Algo que compensasse aquele dia difícil. Avisei minha família e fui para o hostel Sun Rio, no Botafogo. É um lugar aconchegante. E a diária em quarto compartilhado custa R$ 35. Fui dormir às 20h, pela primeira vez em anos. E essa foi a melhor parte do dia. O milagre pelo qual eu estava ansiosa.
Tive pesadelos durante a noite. Sonhei umas três vezes que eu tinha perdido o horário.
Àquela altura, eu estava tão cansada que não consegui andar muito para aproveitar o dia ensolarado no Rio. Fui para a Biblioteca Nacional e li a maioria das entrevistas do livro Um Rio de Culturas – Vozes da Cidade, publicado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Algumas personalidades, como os jornalistas Roberto Marinho e Ricardo Boechat; Regina Casé e Chacal, contam como foi a infância naquela cidade. Os entrevistados reconstroem a cultura do Rio a partir de suas lembranças. Uma leitura muitíssimo agradável e enriquecedora. Para Boechat, o carioca de hoje é afetuoso no discurso, mas não é cuidadoso com sua cidade. Chacal diz que a praia de Copacabana tinha muitas ondas, até que construíram um quebra-mar... "O mar segue maravilhoso, e se hoje Copacabana se tornou um massacre, o mar compensa o concreto da vida”, conclui. Carlos Moreira de Castro “Cachaça” relembra o início da história do samba. Segundo ele, a escola de samba era muito odiada, porque era feita de gente muito pobre, de pé no chão, literalmente. “Nem pandeiro havia, era tamanca”. Meu retorno para São Paulo foi tranquilo, e para minha sorte, o visto é válido por cinco anos.
To read in English click Mais informações...
Foto: Katiane Rodrigues |
Quando liberaram o desembarque, corri, literalmente, até o ponto de taxi. Cheguei ao prédio da Infinity no Rio às 14h50. Precisava pegar uma carta para entregar ao consulado. A agência estava fechada. Fechada! Fui para o consulado sem a carta. Cheguei lá pontualmente às 15h. Na entrada, uma placa advertia: É proibido entrar com o celular. Mal entrei e já tive que sair. Bem ao lado do prédio há uma barraca para guardar objetos. O senhor me cobrou R$ 4 para deixar o meu celular. Tentei entrar pela segunda vez no consulado e mais uma surpresa. Eles encontraram uma pinça em minha mochila e também me avisaram que minha máquina fotográfica, bem escondida na bolsa, não poderia entrar. A contragosto, voltei ao guarda-volumes para deixar minha máquina, a pinça e mais R$ 4. O pessoal do consulado foi muito gentil comigo, e as atendentes bem que tentaram, mas eu não consegui ser atendida naquele dia, por causa da bendita carta. Sem a carta da empresa (que eu pegaria na Infinity, que estava fechada, lembram-se?) eles não me entrevistariam. Eu implorei, quase chorei, expliquei que eu vinha de longe, mas não teve jeito.
Das 15h30 às 16h30, fiquei do lado de fora do consulado, em pé, aguardando a resposta de uma das atendentes, que estava tentando remarcar a minha entrevista para o dia seguinte. Depois de uma hora de espera, me disseram que sim, que eu poderia voltar no dia seguinte com a carta. Mas a moça me alertou “se você não chegar no horário e não trouxer a carta, vai ficar queimada”. Eu saí de lá transtornada. Muita coisa errada para um dia só. Não era possível, eu não estava acreditando. Sempre otimista, eu estava esperando por um milagre naquele dia. Algo extraordinário. Uma surpresa agradável. Algo que compensasse aquele dia difícil. Avisei minha família e fui para o hostel Sun Rio, no Botafogo. É um lugar aconchegante. E a diária em quarto compartilhado custa R$ 35. Fui dormir às 20h, pela primeira vez em anos. E essa foi a melhor parte do dia. O milagre pelo qual eu estava ansiosa.
Tive pesadelos durante a noite. Sonhei umas três vezes que eu tinha perdido o horário.
No dia seguinte, acordei às 8h. Tomei café da manhã com calma naquela quinta-feira. Algo raro. Cheguei ao consulado às 13h30 e a atendente me chamou pelo nome e foi logo me dando uma senha. Eu estava um pouco nervosa, porque no dia anterior conheci duas pessoas, encaminhadas pela Infinity também, que tiveram o visto pré-negado. Eles teriam de voltar na quinta-feira para saber se conseguiram ou não o ok para entrar nos Estados Unidos. O entrevistador era um americano alto, loiro, de olhos azuis. Usava óculos. O diálogo fluiu naturalmente. Nome, idade, o que vai fazer, por quê? Depois ele disse que eu teria de esperar, porque o sistema havia parado de funcionar. Ele, não sei se o nome era Paul ou John, usava a pulseira do equilíbrio. Perguntei se ele sentia alguma diferença. Ele disse não. “É um presente da minha esposa, então, para manter a paz, eu prefiro usar”, ele confessou. “Bom marido”, eu disse. “Acho que deve fazer a diferença para quem acredita, mas se você não acredita no efeito da pulseira, ela não deve funcionar mesmo”, eu conclui. Ele disse que eu tinha razão. E aí o sistema voltou a funcionar. “Muito bem, seu visto foi aprovado”.Foi um alívio tão grande. Não sei como explicar. Um detalhe: ao longo da entrevista o John ou Paul me perguntou umas três vezes a data em que eu pretendia ir para os Estados Unidos. Não precisei mentir.
Àquela altura, eu estava tão cansada que não consegui andar muito para aproveitar o dia ensolarado no Rio. Fui para a Biblioteca Nacional e li a maioria das entrevistas do livro Um Rio de Culturas – Vozes da Cidade, publicado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Algumas personalidades, como os jornalistas Roberto Marinho e Ricardo Boechat; Regina Casé e Chacal, contam como foi a infância naquela cidade. Os entrevistados reconstroem a cultura do Rio a partir de suas lembranças. Uma leitura muitíssimo agradável e enriquecedora. Para Boechat, o carioca de hoje é afetuoso no discurso, mas não é cuidadoso com sua cidade. Chacal diz que a praia de Copacabana tinha muitas ondas, até que construíram um quebra-mar... "O mar segue maravilhoso, e se hoje Copacabana se tornou um massacre, o mar compensa o concreto da vida”, conclui. Carlos Moreira de Castro “Cachaça” relembra o início da história do samba. Segundo ele, a escola de samba era muito odiada, porque era feita de gente muito pobre, de pé no chão, literalmente. “Nem pandeiro havia, era tamanca”. Meu retorno para São Paulo foi tranquilo, e para minha sorte, o visto é válido por cinco anos.
To read in English click Mais informações...
terça-feira, 7 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
História e arte no metrô
Neste vídeo, um maquinista fala sobre a história da Estação da Luz e canta a música Fica comigo esta noite, em homenagem a Nelson Gonçalves. O mineiro Geraldo Ferreira é um dos atores do projeto Turismetrô. Durante o passeio turístico por São Paulo, alguns personagens aparecem para contar uma parte da história da cidade.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
O diálogo dos pés
Na última quarta-feira (01.06) o Aeroporto de Guarulhos estava fechado pela manhã. Neblina. Meu voo para o Rio foi cancelado e eu tive de esperar seis horas para embarcar. O tempo foi suficiente para ler, falar com uma amiga pelo telefone, fazer compras e gravar este vídeo. Fui tirar o visto americano. Não cheguei a tempo. Não naquela quarta-feira caótica.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
Jardim do Éden
Eu já passei pela estação da Sé inúmeras vezes, mas apenas ontem (28.05) conheci o "Jardim do Éden" - em frente às catracas. Foi um senhor que me contou. Nosso diálogo está mais abaixo. Eis o jardim:
sábado, 28 de maio de 2011
O músico da guitarra cor de rosa
Texto publicado no blog Mural, da Folha.com, no dia 19.05.11
Rafael Pio Soares, 30, começou a estudar música em 1990 e há 14 anos toca nas ruas. Hoje, ele se apresenta aos fins de semana em frente ao Shopping Center 3, próximo à estação Consolacão do metrô, em São Paulo.
Far from conventional
Visita ao Museu Naval - RJ
A man needs to travel
Os melhores momentos da semana em que passei no Rio de Janeiro fazendo o Curso Básico de Segurança para Navios (STCW, na sigla em inglês). Obrigada, pessoal!
Comentários e sugestões serão muito bem-vindos! katiane.out2c@gmail.com
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The best moments of the week I spent in Rio de Janeiro to take STCW training course (Standard for Training, Certification and Watchkeeping). Thank you, guys!
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Great Expectations
Neste vídeo, alguns candidatos a vagas em navios falam de suas expectativas durante o processo seletivo, e o instrutor da 4Crew Centro de Formação de Tripulantes, Rodrigo Sales, dá algumas dicas para os futuros tripulantes.
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In this video, some applicants talk about their expectations during the selective process, and Rodrigo Sales, a 4Crew instructor, gives some tips to the future crew members.
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