Bons dias!
Ao final de cada viagem, Jimmy, nosso diretor de cruzeiro, organiza uma lista com as melhores perguntas que os hospedes fizeram. Eis algumas delas:
1.) Este elevador nos leva para a frente do navio?
2.) Os tripulantes dormem no navio?
3.) Se o nosso nome nao esta marcado em nossas fotos, como saberemos que sao nossas?
Que resposta voces dariam para essas perguntas?
Saudades.
Um beijo e um cheiro do Caribe.
Boas noites!
K.
______
Hi there!
By the end of each cruise, Jimmy, our cruise director lists the best questions he received from the guests. Here are some of them:
1.) Does this elevator take us to the front of the ship?
2.) Does the crew sleep on the ship?
3.) If the photos are not marked, how do we know it's us?
Now, what would you answer?
Big kiss.
K.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
News
Faz um mês que não consigo entrar aqui. Trabalhamos sete dias por semana, entre 12 e 14 horas diárias. A vida a bordo nos ensina a valorizar o tempo e aproveitá-lo melhor. Uma hora de descanso é algo precioso. Trinta minutos de caminhada na praia equivale a um fim de semana. Todos os dias são como segundas-feiras, com tudo o que as segundas têm de bom e ruim. Mas hoje é quinta-feira.
Aproximadamente mil pessoas de 61 nacionalidades trabalham aqui. O navio comporta cerca de 3 mil passageiros.
Há muito, muito, muito trabalho. Especialmente para aqueles que trabalham no restaurante. O salário dos waiters e assistant waiters é normalmente uma surpresa. Dependemos das gorjetas. É uma questão de sorte. Eu fique tão feliz quando recebi minha primeira gorjeta - US$ 1. Como não temos despesas a bordo, é possível economizar praticamente todo o salário. Muita gente está aqui apenas pelo dinheiro. Não posso reclamar do pagamento, mas penso que esta não pode ser a única razão para estar aqui.
O que chamamos de “folga” no Brasil, no navio chama-se day off. Quando alguém ganha um off, trabalha apenas no jantar, cerca de 6 horas. Temos apenas um day off por mês.
As cabines onde dormimos são bem pequenas e compartilhadas por duas pessoas. Com a falta de espaço eu percebi que é possível viver bem com pouca coisa.
A cozinha do restaurante (galley) é conhecida como jungle (selva) pelos funcionários, porque temos de correr muitíssimo (run like a chicken, como dizemos) para servir as pessoas. Os funcionários que conseguem servir rapidamente e ainda têm um tempinho para conversar com os guests são chamados de tigers. O barulho da galley é ensurdecedor: é como se uns 20 pratos caíssem no chão ao mesmo tempo.
Quando alguém faz algo de errado, é carinhosamente chamado de Babaloo. Quando estamos com pressa e não sabemos o nome de nossos colegas de trabalho, usamos Mamma ou Mammacita, para as mulheres, e Papa, para os homens.
Algumas pessoas ainda não se acostumaram com a vida no mar, estão contando os dias para voltar para casa. Eu adoro a vida a bordo. Gosto muito de conhecer gente nova todos os dias e aprender um pouquinho sobre outras culturas. É um grande prazer conversar com meus colegas de trabalho e com os passageiros. Bob, Donna, Richard, Suzanne, Diana...
Quem trabalha aqui tem de lidar com a saudade, as diferenças culturais e com um regime quase militar. Para algumas pessoas, isso é uma prisão. Mas uma hóspede, a simpática Suzanne que veio celebrar seus 50 anos, me disse que “isto é uma fantasia.” O Explorer é conhecido como o navio mais “friendly” (com os funcionários mais simpáticos) da Royal. Não é a toa que muitos passageiros estão aqui pela quarta ou quinta vez. Tratamos os passageiros como reis e rainhas e é por isso que ao final de cada cruzeiro todos me dizem: “ohhh, I had the time of my life (esta foi a viagem dos sonhos).
O que mais me surpreendeu até hoje foi saber que algumas pessoas trabalham aqui há mais de 5 anos e nunca – nunca – saíram do navio, segundo a gerente de Recursos Humanos. Nem mesmo para caminhar nas praias perto dos portos onde o navio atraca.
A maior parte dos funcionários é composta por homens. A grande maioria vem da India e das Filipinas. Muitos deles, estão aqui para dar uma vida confortável aos pais, esposa e filhos. Eles voltam para casa a cada seis ou sete meses e passam dois meses com a família.
Algumas pessoas encontram um amor ou um amigo para todas as horas aqui. Katerina, da Macedônia, e Sebastian, da Colômbia, se conheceram aqui há um ano e se casaram nesta semana na capela do navio. Aos poucos cada um vai construindo uma “família”. Apesar das diferenças culturais, somos todos iguais. Todos querem ser cuidados e compartilhar a vida com pessoas queridas. Todos os dias tem gente fazendo festa em suas cabines, com vinho, cerveja, salgados e até karaokê. Toda semana tem festa para o crew no backdeck. Hoje tem festa brasileira. Oba! Saudades do Brasil.
Beijo, K.
Hi there!
It’s been a long time I don’t write anything here. I had so many trainings on the first weeks. We work 12 to 14 hours a day on the ship (seven days a week). Once a month we have a day off, and this means we have the morning and the afternoon free. But we still have to work at night, around six hours. I’m learning how to value and manage my time better. One hour walking on the beach is like one weekend for me. My days look like Mondays. But today is Thursday.
There are about one thousand people from 61 nationalities working here. And this is what I love the most: dealing with people from other cultures. I’m learning how to appreciate our diferences.
The galley is known by the crew as The Jungle, because we have to run a lot and be smart to serve people. Those who perform well are called tigers. We have to be tigers to “survive.”
When somebody does something wrong, we say this person is a Babaloo. When we don’t know our co-worker's name, we call them Mama (women), and Papa (men).
Some people don’t like the life on board. For some, this is like a prison. For the guests, on the other hand, this is a fantasy. We treat them as princes and princesses. That’s why they tell me “I had the time of my life”on the ship. Even though I’m working, I can say I’m having the time of my life too. I love meeting new people everyday, talking to my co-workers and to the guests. Bob, Donna, Richard, Diana, James, Linda...
Most people who work here come from India and Philippines. They spend six or seven months apart from their families to provide them a better life.
What stroke my attention was to hear that some people who work here never, ever, get off the ship. They are here to work and make money.
Every week the crew have parties on a place we call the Back Deck. As time goes by, people end up building a small family on the ship. Tonight we have a Brazilian party. I need to get ready.
Regards, K.
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